terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Depois do Natal é que sao elas...

O Natal é a época do ano que mais gosto: adoro dar e receber os presentes, adoro todos os doces, as brincadeiras da família... Este ano foi o primeiro em que se consoou aqui por casa e foi tudo muito bom! Somos 12 e na entrega das prendas uma pessoa vai distribuindo uma da cada vez, e nao se passa à prenda seguinte enquanto nao se desembrulhar e gozar um pouco com a anterior, ou seja, demoramos 1h30 para ver tudo...
O mais difícil do Natal é depois recomeçar o estudo. Sexta não fiz nada, andei a ajudar a minha mae a preparar as coisas, Sábado foi Dia de Natal, nada fiz claro (ou melhor, à tarde estive a trabalhar um pouco no artigo de revisao de Farmacologia, mas nada que durasse muito porque as cartas depois chamaram-me); no Domingo e ontem fui para casa de minha irmã, e apesar de ter levado a capa de Propedeutica, pouco estudei, uma vez que estar com ela no sofá a ver filmes é bem mais interessante...
Ontem tive mmmmmmmmesmo de voltar para casa e recomeçar. Andei a meio gás claro, não fiz tudo o que me tinha proposto fazer, e acho que hoje vou pelo mesmo caminho... São 10h da manhã e só acordei agora, e hoje é um "dia complicado", uma vez que vou ter de estudar o que nao estudei Domingo, ontem e acrescentar o de hoje. Mas tirando este pequeno precalço sinto-me mais organizada e por isso mais relaxada no que toca a estudos. No início das "férias" contei todas as aulas e dividi-as pelas dias em que poderia estudar (eliminei logo o Natal e o Ano Novo). Vou assinalando com um "visto" o que já fiz e quando sei que algo vai atrapalhar, adianto trabalho do dia seguinte. Nos anos anteriores eu definia horas de estudo, isto é, "2h para Fisiologia, 3h para Anatomia..." e a coisa nao rendia nada.
Bem mas vou deixar-me de desculpas e de passar tempo no pc: vou estudar!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

(Em resposta ao último post por "Anónimo")

(Em resposta ao último comentário por "Anónimo")

Para a próxima, deixa um nome, gostava de saber pelo menos isso de quem me segue.

Em relação à tua opiniao, ainda ontem a propósito não sei de quê disse "eu devia era ser budista"... Mas a verdade é que somos desde pequenos encaminhados num rumo e torna-se difícil lutar contra algo que, por ser tão antigo quanto nós, nos parece correcto. Acho que o mais importante e, por isso, o comum a todas as religiões é o auto-crescimento. Todas elas visam isso, mas chamam-lhe coisas diferentes: "vida eterna", "paraíso"... Muito mais que seguir uma pessoa, no meu caso, Jesus, acho que o maior é seguir a tal filosofia de que falavas, o modo de viver, de agir, de estar no mundo com os outros... Mas de facto, um dos motivos que me leva a desejar viajar é essa sede de conhecer mais visões, mais formas de ser melhor... Já me lembrei de fazer Yoga e Reiki e essas cenas todas, mas não tenho ainda nem tempo nem dinheiro para isso. Por isso vou fazendo aquilo que acho bem, dentro das minhas possibilidades: vou aos Domingos ouvir um padre que por ser tão humano, me parece um bom exemplo. Poderia ser um Pastor, ou um Budista ou outra coisa qualquer, mas vivemos em Portugal, onde a fé Católica vence.

Em relação à Medicina: 
Acho que não deves temer ter de declarar a morte de alguém, porque se tudo correr bem, isso só acontecerá quando de facto já nada se pôde fazer para salvar essa pessoa...  Eu ando no 3º ano de Medicina e sinto que já fui "treinada" para algumas situações de emergência, mas muito pouco. Mas ainda me faltam mais 3 anos de curso + 1 ano comum + 4-5 anos especialidade... Passas anos e anos a estudar: e estudar aqui entenda-se "estudar teoria por livros" e "treino prático"... Além disso, trabalha-se em equipa, na maior parte dos casos. O que quer dizer que salvar ou nao salvar uma pessoa, será uma tarefa que só te será proposta daqui a muitos anos, e até lá terás alcançado a maturidade, experiência e confiança necessários para lidar com a situação. 
Além disso, existem especialidades médicas que estão mais privadas do contacto com as pessoas, como as de diagnóstico: Imagiologia, Anatomia Patológica. Eu não me sentiria realizada em exercer uma dessas especialidades, porque além da ciência, o que me liga a Medicina são as pessoas, o prazer que tenho em falar com elas, em descobrir através dos seus sintomas a sua patologia, como quem constrói um puzzle, mas é um caminho válido.
Acho que não deves desistir dessa ideia, se realmente sentes que isso te faria feliz. Cada novo passo que damos sentimo-nos mais capazes. A cada novo caso clínico, ficamos com mais vontade de estudar para saber o que deveria ser feito para ajudar aquela pessoa. O 3º ano tem sido maravilhoso nesse aspecto: é o ano em que se contacta a primeira vez com a realidade clínica: vamos para as urgências com médicos mais velhos e ficamos a olhar, a registar tudo na mente; nas aulas de Propedêutica vamos para as enfermarias falar com doentes, aprender a dirigir uma história clínica; depois ensinam-nos a fazer o exame físico - todas aquelas manobras que fazem connosco para ver se temos isto ou aquilo... Ontem estive a palpar o abdómen da minha irmã e da minha mãe... Fiz-lhes tudo o que me lembrei. Depois fiz a percussão e só não auscultei porque deixei o estetoscópio em Coimbra... E senti uma alegria que não sei descrever! Vou fazer aquilo pro resto da minha vida, e sinto que vale a pena!
Segundo o que li em alguns sites, estudar em Espanha e depois vir exercer em Portugal dá bastantes problemas, são precisos fazer testes de reconhecimento. Acho que seria  melhor aplicares-te muito agora e entrar em Portugal, nem que seja como disseste na Academia Militar, que também é uma boa opção, embora seja exigido mais de ti.

Em relação ao Erasmus: Salamanca é a minha primeira opção. Mas o que mais me assusta é não serem reconhecidas as equivalências e ter de perder uma ano. Erasmus é óptimo, mas acho que não compensará de ficarmos para trás. Coimbra, nessas coisas, não facilita. Apesar de estar em vigor "Bolonha", os senhores professores catedráticos gostam das coisas à antiga e, por exemplo, ninguém tem equivalência a Anatomia, nem mesmo o Papa, e nem que a tenha feito em Oxford! Todos têm de fazer oral com o sr. prof. Bernardes e mais nada! Isto é só um exemplo, porque se for de erasmus será no 5º ano, visto que para o ano o concurso já terminou, e a Anatomia é no 1º ano!

Obrigada por teres partilhado um pouco de ti!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Erasmus?

Acho que cada vez gosto mais da ideia de fazer erasmus, especialmente porque já tenho quem se interesse em ir também. Sozinha não, nao iria... Espanha?

domingo, 12 de dezembro de 2010

Reflexões sem lógica

Há dias assim, em que sem se ter nada para dizer em concreto, nos apetece falar...

Acho que desde que me conheço sinto esta vontade: pegar em meia dúzia de peças de roupa, no estojo pessoal e colocar uma mochila às costas e simplesmente ir... Voar até Londres, ir de comboio ate Paris e de lá ate Roma... Parar um dia ali, parar 3 ou 4 noutro sítio qualquer... Levar pilhas extra para a máquina fotográfica e fotografar as coisas mais simples, que existem em todo lado, mas que por não serem portuguesas, são diferentes. 
Sempre senti necessidade desta liberdade e sinto-me presa sempre que penso que não o poderei fazer, pelo menos enquanto não "viver sozinha", sem as regras dos pais, enquanto não poder sustentar sozinha essa viagem, que sem destino nem tempo limite, iria com certeza gastar muito dinheiro...

Hoje "regressei" ou velho hábito de ir à missa. A última vez que o tinha feito foi no último fim de semana que cá fiquei para estudar, já nem me lembro quanto tempo passou... Quando dizerem algo contra a religião, contra Deus, contra a forma de estar no mundo sendo-se cristão ou algo assim, instintivamente penso: "Poderei eu aceitar este argumento?". E normalmente não o aceito, porque tenho contra-argumentos, e isso não me abala. Até que comecei a ler um livro e não soube fazê-lo, e aquilo a que chamava de fé debateu-se. Porém, por fé ou não, acho que todos deveriam ouvir as sábias palavras do padre que celebra a missa no hospital, porque aquilo que ele expressa é o que o mundo todo deveria seguir, ser, sentir, não só os cristãos... Fiquei feliz ao descobrir que afinal também há missa aos sábados e aos domingos às 17h15: já não há desculpa para faltar a sessão de reflexão semanal.

Percebo agora que há dias em que mais do que querer falar, nos queremos é distrair, esconder um pouco a solidão de passar um fim de semana em Coimbra sem os amigos, sem a agitação do dia a dia, sem as conversas... Acho que foi por isso que vim escrever, para fazer o tempo passar, para adiar um pouco o acto de estudar: não por não gostar, não por não precisar, mas porque isso me fecha num quarto... E lá voltamos nós à definição de liberdade, que falei em cima.

Sim, estava a escrever o que me apetecia, sem ordem ou sentido lógico, mas acho que já percebo...

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A primeira vez...

Na passada quarta-feira acordei e pensei: "Um dia vou fazer uma historia clínica sozinha... Hoje é o dia!". E assim foi, um dos melhores dias que já tive. Graças à Raquel, a minha colega de quarto, não pude desistir nem adiar, ela foi comigo para me sentir mais segura e me ajudar, caso bloqueasse... Como ela anda no 5º ano de medicina, já está "farta" de fazer historias clínicas e foi a peça fundamental.
Então lá fomos nós... Assim como a cidade, o hospital estava deserto. Não se viam médicos, nem doentes, nem agitação. Apenas pessoas internadas que aguardavam a hora das visitas para lhes acabarem com a solidão. Uma vez que nas aulas de Propedêutica Médica estamos sempre no sector dos homens, quis começar pelas mulheres. Fizemos história a duas senhoras: a primeira, por coincidencia, é avó de uma colega minha do 3º ano (passou mais tempo a falar da neta, que só conheço de nome, do que da doença; além disso a senhora era enfermeira e à medida que a conversa foi avançando comecei a perceber melhor o que a minha professora quer dizer quando diz "fazer historia a profissionais de saúde é bastante complicado").
A Raquel teve de intervir na maior parte do tempo, sejamos justos. Aquilo foi a primeira vez que entrevistei alguém, mas foi mais ela que eu... Eu refugiava-me nos papeis, e olhava para ela como quem diz "e agora?"... Foi cómico.
Na segunda senhora decidi não apontar nada: apenas me concentrar no que ela dizia. As coisas começaram a fluir naturalmente e quando dei por mim estava a ausculta-la. E então foi a primeira vez que usei o meu estetoscópio para fins verdadeiramente diagnósticos.
Como  a Raquel tinha de fazer uma Historia Clínica para avaliação de ginecologia demos um salto ao piso 9. E o que se encontrou lá? Mulheres! EnfermeirAs, médicAs, auxiliares e doentes, tudo de um só sexo, foi assustador! E pensar que quero isso para mim... Enfim, acabamos por desistir porque as senhoras que lá estavam ou tinham visitas ou então tinham problemas aos quais os alunos não estão autorizados a fazer entrevista, como tumores malignos.
"Não queria que fosses embora sem ouvires um sopro ou qualquer coisa gira no coração de um doente!"... "Ok, vamos a Cardiologia..."..."Bora!" E lá fomos... No corredor, a um senhor velhinho que caminhava em sentido oposto ao nosso disse "Boa tarde", visto que nos olhava fixamente de forma simpática. E ele responde "Boa tarde, senhora Doutora"... E então foi a primeira vez que fui assim tratada, num contexto hospitalar. Lá encontramos um cavalheiro sentado a ler o jornal e entramos, pedimos para falar com ele e esse sim, foi o momento mais "fantástico" (não é bem essa a palavra) do dia. Ele era oficial do exercito, um cavalheiro mesmo daqueles que já não existem! Não apontei nada, não fiz perguntas dirigidas para obter informação, só queria aprender a viver com ele, só quis aproveitar o momento. Dizia ele que a maior felicidade da vida era plantar um feijão, ou milho e ver a terra castanha e no dia seguinte vê-la verde, com rebentos e ajudá-los a nascer, que aquilo era vida simples...

Viemos embora com um sorriso de orelha a orelha, 3 horas depois de termos saído. Foi a tarde mais compensadora de sempre: e o melhor é que consegui vencer o medo de entrevistar um doente à frente de outras pessoas, sem saber como lidar com as respostas deles, etc etc etc... Simplesmente agora sinto um nervosismo natural e as perguntas fluem. Obviamente que faltam anos de experiência para fazer a diferença: as perguntas da Raquel eram perfeitas, adequadas, contextualizadas e fundamentadas. E eu pensava "Exactamente, era isso que devia ter perguntado..."
Por simpatia ou delicadeza, disse-me no final que na última entrevista eu tinha sido muito segura, tinha feito as perguntas certas, estava muito bem... Curiosamente, foi nessa que senti mais descontracção...
No final do dia tinha um papel colocado na parede da minha cama que dizia "Um dia vais ficar "farta" de fazer histórias clínicas, MAS nunca deixes de as fazer com a mesma sensibilidade que fizeste hoje"... 
Acho que nunca vou esquecer este dia!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Em memória do rato

Colocam uma médica pseudo-professora a lidar com ratos e dá nisto!

Colocar o primeiro rato numa "coisa" da vidro com éter foi divertido... Parecia bêbado, caía para trás sobre a sua gordura concentrada no abdómen e glúteos. Depois quando a começou realmente a fazer efeito deixei de me divertir para começar a ter pena: pobre rato, estava tão assustado... Devia estar a ver tudo turvo, e todos os seus sensores estavam activados ao máximo em resposta - tinha de sobreviver... 
O outro ratinho foi colocado na mesma "coisa" com clorofórmio... A professora esqueceu-se foi que o éter ainda não tinha evaporado e apesar de eu ter dito para colocar só metade da dose, ainda assim não correu bem... O ratinho deixou de se conseguir mexer e depois os seus olhinhos vermelhos perderam a cor... Eu disse "professora...o rato morreu..." E senti tanta...não sei descrever! Foi horrível! Um animal morto porque a dose foi letal, por descuido! Detestei a prof nesse momento! Ainda tentaram reanima-lo com massagem cardíaca, (e pensam: é possível? sim é...retrogrado e inventado, mas é)... E agora perguntam "resultou?" - e eu eu digo "Não!"...

Então pronto: o meu dia hoje ficou marcado pela memória do ratinho... é o que dá deixarem uma médica pseudo-professora mexer em ratos!

domingo, 14 de novembro de 2010

Desabafo de estudante...

As encomendas têm vindo a aumentar, assim como as visitas ao meu blog... Entretanto já tenho mais uma malinha pra fazer e um novo desafio que me foi lançado - um suporte de biju portátil. Como no fim de semana passado estive doente, não consegui adiantar nada, nem estudos, em costura... As minhas clientes devem estar prontas pra me fazer a perna, como se diz...

Este fim de semana decidi ficar por Coimbra, por duas razões: para estudar mais (em casa há sempre alguém que fala, perde-se imenso tempo nas refeições,dorme-se até tarde e não se faz nadinha depois de jantar) e para não cair na tentação de, no pouco tempo que tenho para realmente estudar, passá-lo na máquina de costura... A última frequência assim mais para perto é já na sexta feira, a Farmacologia (outro horror...) e depois vingo-me de todo o tempo que estive separada dela!

Farmacologia, farmacologia...
Eu bem que queria só pensar nela, pelo menos era sinal que já tinha decorado alguma coisinha, apesar de ser triste só se pensar numa cadeira... Mas estes nomes são qualquer coisa de impossível! ISOPROTERENOL, DOBUTAMINA, FENILEFRINA, TERBUTALINA, SALBUTAMOL, FORMOTEROL, SALMETEROL.... Demoro cerca de 5 minutos a conseguir ler estas palavras, e depois ainda é preciso saber o que são, o que fazem, com que doença se relacionam, bla bla bla!

E ainda por cima está a chover, ou seja, só me apetece dormitar e ver filmes! 
E o que se faz nestas ocasiões?! Café!
 

 

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Imagens de Motivação

É tudo muito lindo, muito lindo, e andamos cá todos na verdade porque adoramos estudar e saber mais e tudo isso, mas o que realmente se passa é que são raras as vezes em que livre vontade, e tendo mil e uma outras opções e sem nenhum exame, escolheríamos estudar... Só as aulas do Dr. Rui Gradiz me deixam freneticamente louca por estudar! Ele tem um poder de ensinar, de fazer com que não queiramos ser negligentes que se entranha e felizmente se renova todas as quintas-feiras, nas aulas práticas de fisiopatologia...

Por isso, num daqueles momentos em que não se pensa em nada com sentido, decidi arranjar 3 fotos que serão as minhas "Imagens de Motivação". Sempre que não quiser estudar, ou estiver mais preguiçosa ou cansada, vou ter em consideração que é o que elas transmitem que eu quero viver no futuro, e pensar que necessito de centralizar a minha atenção não na novela ou na cama, mas nos livros. António Sanches disse "Um bom Médico é necessário que seja homem de letras e amante do saber; de outro modo será oficial de Medicina, mas não Médico."

Escolhi para meu refúgio:
(férias de sonho = recompensa)
(casa amiga do ambiente = futuro independente)


 (Meu Objectivo)

Poderia colocar aqui muitas mais fotos alusivas a algo...Mas estas são as fundamentais: estudar porque todo o tempo de férias e de sono perdido conduzirá à oportunidade de viajar, conhecer novas terras, simplesmente desfrutar... Estudar porque será a minha profissão e à custa dela que conseguirei o que preciso ou sonho... Estudar porque não quero ser negligente, não quero não conseguir ajudar. Nesta fotografia englobo também o desejo de não deixar de ser quem sempre fui, não abandonar os meus objectivos, porque é por estas crianças que um dia percebi que o meu sonho era ser médica, ajudá-las a nascer...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Coisinhas que faço...

Bendita ideia que tive: "vou criar outro blog para publicar fotos das coisinhas que faço..." à uma semana atrás. Lá perdi imenso tempo a escolher o fundo apropriado e a defini-lo todo e cá está! Enfiei convites para algumas pessoas que sabia que se poderiam interessar e entretanto tenho um suporte de brincos vendido e mais 3 encomendas: 2 pulseiras + 2 pulseiras + 1 almofada em forma de gato! Não o faço pelo dinheiro, mas pelo prazer que tenho em cada nova criação.
Tenho passado os tempos livres a desenhar e projectar novas coisinhas!... Ou seja, não me tem apetecido estudar!...

O exame prático de imagiologia correu bem, penso eu. O pessoal diz que era difícil (das duas três: ou eu tenho uma excelente auto-estima mal fundamentada, ou realmente tinha estudado muito....ah...? tinha?) Bem, quando sair a nota - no final do semestre - logo se vê.
Como anatomia patológica é o meu horror deste ano, prometi a mim mesma que iria ler o infinito Robbins uma hora por dia, bem como a sebenta e aulas de Farmacologia, visto ter frequência dia 19... Bem, neste momento até tenho a sebenta à minha frente, mas ainda não me adiantei muito!


domingo, 31 de outubro de 2010

Fotografias prometidas

Tal como tinha prometido, deixo aqui fotografias que já andava a prometer desde o séc. VI a.C.

  •  Praxe no Botânico: o objectivo é testar os caloiros e fazer daquilo uma grande brincadeira. Colocam-se os caloiros na borda de uma grande lado do Jardim do Botânico de Coimbra. Os doutores dizem "saltem" e alguns, os mais espertinhos, saltam para cima. Os mais aventureiros saltam para dentro do lado (cuja agua vai quase ate ao pescoço). Basta um, e apenas um, saltar para a água e todos os outros têm de fazer o mesmo - o chamado espírito de manada. 






Este ano resultou muito bem. Ao primeiro "saltem" mais de 10 saltaram (este ano os caloiros têm um amor à camisola...) e depois os outros saltaram todos sem ser preciso dizer nada! Foi fantástico! À mistura, e para matar as saudades, muitos doutores saltaram também. Depois ficam todos dentro do lado a cantar músicas alusivas ao curso e a Coimbra. Maravilhoso...
Por causa destas coisas, os doutores da praxe são vistos pelos mais novos como "amigos", não como "autoridades severas". E é por isso que a PRAXE em Coimbra é como é: na paz. É verdade que muitos facilitam, nem vestem bem a Capa e Batina, mas a maioria é facilmente chamada à razão e corrige a sua actuação.
No meu primeiro ano nem fui à praxe do Botânico. Detestava a praxe, fugia o quanto podia e acabei por perder imensas coisinhas engraçadas. Só quando me tornei "semi-puto" e agora ainda mais, como "candeeiro", ao receber os novos caloiros, é que percebi que só assim faz sentido. Eles fazem tudo o que lhes mandam, desde as coisas mais estúpidas às mais engraçadas, têm espírito de iniciativa e de manada, e tudo por orgulho ao curso. Aprendi bastante com eles...
  • O meu querido estetoscópio! 
 

  

sábado, 30 de outubro de 2010

Novo blog!

Só para informar, para os mais distraídos, que criei um blog onde colocarei todos os trabalhos manuais que já fiz ou que vou fazendo. 

Espreitem! (ver: hiperligação - coisinhas que faço)

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

WTF?

Ontem, como quem não tem nada de útil pra fazer, andei a ver as vagas que existem para as especialidades médicas no país para os internos que entram este ano. É assustador pensar que cada especialidade tem na maioria das vezes uma vaga ou duas vagas nos HUC ou uma nos Covões, mas tirando isso, assustador mesmo são os programas de especialização, que geralmente englobam 5 a 6 anos de trabalho/estudo e no final aquilo que chamam de "discussão com nunca menos de 2 horas nem mais de 3" com um júri expert na matéria que nos apresenta casos clínicos e nos faz perguntas e tal... E no meio desses anos é suposto se fazer trabalho de investigação e publicar no mínimo 2 artigos científicos, um deles numa revista de renome, e fazer  apresentações em congressos, e passo a citar, "de preferência internacionais"...
 
WTF???

Era uma da manhã quando desliguei as luzes e disse "boa noite" à minha colega de quarto. Hoje eram 8h30 quando o despertador tocou. Desde então tenho estado na cama com o computador a ver radiografias do tórax... Já se enjoa tanta imagem a preto e branco. é necessária alguma imaginação para ver minúsculos nódulos no meio dos pulmões e coisitas assim (mas como não fui pra Artes - embora tivesse pensado nisso - a parte do meu cérebro destinada à Imaginação deve entretanto ter atrofiado).
Lá fora só se ouve uma coisa: o soprar do vento. Dá uma incrível vontade de nos enrolarmos na cama como à imenso tempo atrás estávamos, à espera de nascer. Esquecer pois que se está numa "mini fase de exames" (mini = só 3 exames práticos, um cada semana; numa época de exames verdadeira teríamos prai uns 6 em 2 semanas).

Este fim de semana será prolongado. Tenho de ver mais imagens a preto e branco e fazer mais exercícios porque este exame SÓ vale 4 valores da nota final... Pretendo matar saudades da máquina de costura e simplesmente dormir. Tenho uma pequena encomendazinha (ihihih =P) que depois fotografo e coloco aqui o produto final.

Não sei porquê, mas estou a ouvir Jazz... (e a deliciar-me com o som do saxofone)

sábado, 23 de outubro de 2010

Festa das Latas 2010

É verdade, o 3º ano chegou mesmo e entretanto já estamos na Latada, de novo… É a minha 3ª latada, e já só faltam mais 3. E pra quem ainda não conhece a tradição, aqui fica:

FESTA DAS LATAS:
“Com o objectivo de celebrar o início do ano lectivo e dar as boas vindas aos novos estudantes que chegam à cidade, a Festa das Latas é uma das mais características festas académicas de Coimbra. Mas nem sempre foi assim. Com origens no século XIX, a Latada realizava-se em Maio, quando os estudantes comemoravam efusivamente o término das actividades escolares, utilizando latas e outros objectos igualmente ruidosos. É apenas a partir dos anos 50/60 que a Festa das Latas ganha o formato que hoje conhecemos, com a cerimónia da Imposição de Insígnias, compra do nabo e o seu ponto alto, o Cortejo, onde os caloiros desfilam com as suas curiosas indumentárias e as mensagens satíricas normalmente referentes à realidade académica ou política do país.
Inicialmente, cada Faculdade tinha o seu próprio cortejo, realizado em dias diferentes. Com o aumento exponencial do número de alunos, a partir de 1979, e com restabelecimento das tradições académicas, optou-se por juntar todos os alunos nas mesmas festividades.
A Latada destaca-se também pela activa participação dos núcleos, o que lhe confere um carácter mais familiar do que a própria Queima das Fitas.L.G.
(texto retirado do jornal universitário “A Cabra”)


Tem sido um pouco chocante aperceber-me como de um 1º e 2º ano de Medicina, se dá um salto tão grande ao entrar no 3º. Instrumentos de ordem: Bata branca, caneta e e um pequeno caderno no bolso. Temos de apurar os sentidos e descobrir sinais no doente que nos indiciem um diagnóstico. Temos de decifrar o que nos dizem e traduzir para linguagem médica. Somos totalmente invisíveis para os médicos mais velhos e vistos como médicos jovens pelas pessoas que passam para visitar os seus familiares, pelos doentes…

Há uma semana atrás estive no Serviço de Urgências durante mais ou menos 5 horas. O médico professor pouco tempo nos dedicou, pouco nos explicou. E nós, eu e o meu namorado, ficamos ali, a atrapalhar e a tentar desesperadamente aprender alguma coisa. Vimos fazer uma gasimetria, um toque rectal, uma sutura… Todos os outros doentes que por lá passaram tinham um quadro clínico mais complicado, que não conseguimos acompanhar até ao final por falta de tempo.
 No meio de tantos médicos desocupados (a afluência às urgências é maior durante a noite, inexplicavelmente), uma senhora entrou e dirigiu-se a mim e perguntar coisas sobre o marido que ali estava… Eu fiquei paralisada. Um médico apercebeu-se da situação e “salvou-me”… Foi a primeira vez que fui tratada por “Drª…”

Hoje, pela primeira vez, eu e mais 3 amigos entrevistamos sozinhos um doente internado no Serviço de Medicina Interna. Era simpático, embora pouco colaborante. Ficamos sem palavras muitas vezes, bloqueamos vezes sem conta e ele ali, deitado, olhava para nós com uma certa desconfiança, natural talvez de quem é internado num hospital universitário.

Num próximo post coloco fotografias da PRAXE DO BOTÂNICO deste ano, do meu estetoscopio novinho e outras coisitas…