sábado, 17 de maio de 2014

De Regresso a Coimbra

O sentimento de terminar a oral de cirurgia não foi só o alívio em si "daquela" prova, foi a abastada sensação de liberdade do pensamento: "terminaram as provas do meu curso...dentro de 2 meses sou médica".
Fiz aqueles quilómetros de regresso a Portugal a refletir sobre o impacto real que isso teria.

Quando dei por mim, estava a entrar na semana da Queima das Fitas, aquela que seria a última celebração de mais um ano de curso. A serenata foi mais bonita que o costume, abanar as fitas escritas no final teve outro encanto, o mesmo que eu achei que teria, em cada ano que via os outros colegas mais velhos a terminarem, imaginando como seria quando chegasse a minha vez...
Usar uma cartola e bengala no cortejo foi mágico, foram reconfortantes os abraços daquelas pessoas que estão comigo desde o primeiro dia... Oh! como foi especial cada pessoa que se cruzou comigo! Senti a felicidade genuína em cada triplo de bengaladas e beijinhos que dei e recebi, em cada abraço, nas típicas palavras "felicidades", "boa sorte pra vida", "parabéns"... E ia pensando: "consegui..."

Quando a semana chegou ao fim e regressei à minha vila natal, esse tal impacto foi ainda maior e não pude nem quis fugir à contagem decrescente de dias para o final dos estágios, desta etapa... Agora olhando para trás, adorei cada pedacinho deste curso, cada experiência (as boas e menos boas), cada conquista pessoal que fiz, cada passo. Não chorei na serenata, e não choro ao pensar em tudo quanto vivi, porque sei que apesar de esta tem sido uma etapa maravilhosa, estou preparada para as próximas e sei que serão tão importantes como esta tem sido.