quarta-feira, 15 de julho de 2015

Novo Regime de Internato Médico

Uma vez que este foi aprovado o novo decreto de Lei sobre o Regime do Internato Médico, e eu ainda não o partilhei, aqui ficam as principais alterações e algumas luzes para quem está a pensar candidatar-se a Medicina: 

O internato médico vai corresponder "apenas ao período de formação médica especializada, com ingresso direto, a partir do Mestrado Integrado em Medicina". 

Artigo 12.º- Candidatura e admissão ao procedimento 
1 — Existe apenas um concurso único de ingresso no internato médico (a partir de 2017). 
(NOTA: Anteriormente existiam o concurso A e B. Ou seja, quem no futuro quiser fazer outra/mudar de especiliadade, entrará em concurso com os candidatos que acabam Medicina). 

Artigo 13.º - Prova nacional de avaliação e seriação 
1 — O modelo da prova nacional de avaliação e seriação é aprovado por despacho do membro do Governo responsável pela área da saúde, após parecer da Ordem dos Médicos e do CNIM. 
(NOTA: surge uma nova prova nacional de seriação, que virá substituir o actual "Harrison", dentro do prazo previsto de 3 anos.) 
2 — Pode ser fixada no Regulamento do Internato Médico uma classificação mínima da prova nacional de avaliação e seriação para acesso à escolha de vaga de especialidade médica. 

Artigo 15.º -Colocação de candidatos 
2 — A colocação dos médicos internos decorre da ordenação obtida com base na classificação ponderada resultante das seguintes componentes:
 a) 20 % correspondentes à classificação final ponderada entre as diferentes escolas médicas, obtida na licenciatura em medicina ou mestrado integrado em medicina ou equivalente
 (NOTA: média ponderada, que será obtida atraves de uma formula previamente aprovada)
 b) 80 % da classificação final obtida na prova nacional de avaliação e seriação. 

Artigo 25.º - Mudança de área de especialização 
1 — Os médicos internos que pretendam mudar de área de especialização devem candidatar -se a novo procedimento concursal de acordo com as regras previstas no Diário da República, 1.ª série — N.º 98 — 21 de maio de 2015 2673 Regulamento do Internato Médico, não podendo ocupar mais de 5 % do total de vagas postas a concurso.
 2 — Os médicos internos só podem candidatar -se a novo procedimento concursal para mudança de área de especialização até à conclusão do programa formativo de metade do internato médico, sendo, apenas, permitidas duas mudanças de especialidade. 

Passará a ser possível a obtenção da autonomia de exercício da medicina ao fim de um ano de internato médico - em contraponto aos atuais dois anos -, medida que entrará de imediato em vigor e enquanto se mantiver o Ano Comum, que está previsto terminar.

domingo, 5 de julho de 2015

Últimas News

Hoje decidi-me a fazer um resumo do que se passou nestes últimos dois meses de ausência de escrita. Então aqui vai:
- Comecei em Maio o estágio de Pediatria, que graças aos poderes do tempo e de umas férias pelo meio, já terminou! E concluiu-se o que eu já sabia: não gosto da coisa!
- Essas tais 2 semanas de férias foram óptimas e maravilhosas como todas devem ser, embora pudessem ter sido fantásticas se o sol tivesse aparecido para os lados do sul do país. Li mais um livro em inglês (um vitória pessoal) e matei saudades da máquina de costura.
- Auto propus-me a escrever um livro. Já escrevi uma página. Entretanto passou mais de um mês desde esse último suspiro de inspiração. E creio que foi suspiro falso, em boa verdade, porque vou mudar completamente a estrutura do dito cujo livro e apagar tudo o que já estava alinhavado. Fica o desafio, que não tem prazo. É para quando for.
- Entretanto comecei o 2º e último estágio opcional do ano comum. Decidi ser criativa e voltei a escolher Psiquiatria... Mudei o hospital vá, estou em Gaia agora. Mas sobre isso nada a dizer por enquanto, porque na verdade apresentei-me ao serviço no dia 1, e nos dias 2 e 3 estive ausente por licença de formação.
- Entretanto a novidade mais estonteante é a seguinte: fui convidada/desafiada a começar o Doutoramento em Saúde Mental no próximo ano! Durante uns dias após esse convite andei meia desnorteada. Incrivelmente orgulhosa e lisonjeada, claro, mas em certo ponto preocupada. Acabei há pouco mais de 6 meses uma longa jornada de estudante, e vou daqui a pouco começar outra? E tirar a especialidade ao mesmo tempo? Dizem os mais experientes e entendidos da matéria que hoje em dia ser-se médico interno e estudante de doutoramento é coisa habitual, e que estas aulas altamente dirigidas à Saúde Mental podem na verdade ser um excelente apoio a quem está a começar a sua vida clínica. Se é verdade ou não ainda não sei, mas é quase certo que me vou aventurar. 
Implicações pessoais? A maior é voltar a Coimbra, coisa que já se previa mas que tenho vindo a negar. Não por não gostar da cidade, porque será sempre especial para mim, mas porque de forma inata marco mentalmente a vida por etapas, e não costumo retornar aos locais das etapas anteriores. Deixei Coimbra quando terminei o curso, e achei que não voltaria a não ser para visitar a família que por lá agora tenho, desde que casei. Esta é uma explicação. A outra é o facto de estar a adorar estar perto da minha família mais nuclear. Ter de fazer uma viagem de uma hora pela auto estrada para ver quem se ama, de repente, já me parece uma eternidade. Uma terceira explicação poderia ser o receio de fazer uma especialidade num hospital super central, com mais 4 internos do mesmo ano, com mais 20 internos de anos superiores. Com Senhores Professores Catedráticos, com alunos de medicina a rondar as enfermarias, com a confusão de uma cidade de estudantes e doutores! Mas a esta terceira não se dê muito ênfase, não vá se perceber que sou insegura.