sábado, 23 de outubro de 2010

Festa das Latas 2010

É verdade, o 3º ano chegou mesmo e entretanto já estamos na Latada, de novo… É a minha 3ª latada, e já só faltam mais 3. E pra quem ainda não conhece a tradição, aqui fica:

FESTA DAS LATAS:
“Com o objectivo de celebrar o início do ano lectivo e dar as boas vindas aos novos estudantes que chegam à cidade, a Festa das Latas é uma das mais características festas académicas de Coimbra. Mas nem sempre foi assim. Com origens no século XIX, a Latada realizava-se em Maio, quando os estudantes comemoravam efusivamente o término das actividades escolares, utilizando latas e outros objectos igualmente ruidosos. É apenas a partir dos anos 50/60 que a Festa das Latas ganha o formato que hoje conhecemos, com a cerimónia da Imposição de Insígnias, compra do nabo e o seu ponto alto, o Cortejo, onde os caloiros desfilam com as suas curiosas indumentárias e as mensagens satíricas normalmente referentes à realidade académica ou política do país.
Inicialmente, cada Faculdade tinha o seu próprio cortejo, realizado em dias diferentes. Com o aumento exponencial do número de alunos, a partir de 1979, e com restabelecimento das tradições académicas, optou-se por juntar todos os alunos nas mesmas festividades.
A Latada destaca-se também pela activa participação dos núcleos, o que lhe confere um carácter mais familiar do que a própria Queima das Fitas.L.G.
(texto retirado do jornal universitário “A Cabra”)


Tem sido um pouco chocante aperceber-me como de um 1º e 2º ano de Medicina, se dá um salto tão grande ao entrar no 3º. Instrumentos de ordem: Bata branca, caneta e e um pequeno caderno no bolso. Temos de apurar os sentidos e descobrir sinais no doente que nos indiciem um diagnóstico. Temos de decifrar o que nos dizem e traduzir para linguagem médica. Somos totalmente invisíveis para os médicos mais velhos e vistos como médicos jovens pelas pessoas que passam para visitar os seus familiares, pelos doentes…

Há uma semana atrás estive no Serviço de Urgências durante mais ou menos 5 horas. O médico professor pouco tempo nos dedicou, pouco nos explicou. E nós, eu e o meu namorado, ficamos ali, a atrapalhar e a tentar desesperadamente aprender alguma coisa. Vimos fazer uma gasimetria, um toque rectal, uma sutura… Todos os outros doentes que por lá passaram tinham um quadro clínico mais complicado, que não conseguimos acompanhar até ao final por falta de tempo.
 No meio de tantos médicos desocupados (a afluência às urgências é maior durante a noite, inexplicavelmente), uma senhora entrou e dirigiu-se a mim e perguntar coisas sobre o marido que ali estava… Eu fiquei paralisada. Um médico apercebeu-se da situação e “salvou-me”… Foi a primeira vez que fui tratada por “Drª…”

Hoje, pela primeira vez, eu e mais 3 amigos entrevistamos sozinhos um doente internado no Serviço de Medicina Interna. Era simpático, embora pouco colaborante. Ficamos sem palavras muitas vezes, bloqueamos vezes sem conta e ele ali, deitado, olhava para nós com uma certa desconfiança, natural talvez de quem é internado num hospital universitário.

Num próximo post coloco fotografias da PRAXE DO BOTÂNICO deste ano, do meu estetoscopio novinho e outras coisitas…

3 comentários:

  1. Já tinha visto este post ontem, mas ainda bem que não comentei logo senão tinha que deslocalizar o meu comentário para cá :)

    Fiquei satisfeito com o teu post. Não fazia a mínima ideia sobre a tradição da latada, porque não colaboro nessas festividades, mas é sempre bom aprender algo.

    Quando à tua permanência no hospital, apenas 1 apontamento: eu já te chamei Sra. Dra. :P
    Que tudo corra pelo melhor, o inicio será sempre complicado mas irás corresponder às expectativas máximas, eu sei.

    Bata branca? Também uso uma :D


    Beijinhos

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  2. eu sei, mas tu sabes que eu nao sou medica... aquela senhora achava mesmo que eu a podia ajudar...e ver assim as expectativas de alguem que nem nos conhece é chocante...

    sim bata branca! ;P

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  3. É preciso é calma :)
    Desta vez, no principio, achaste chocante. Mais para a frente poderás acalma-la, ajudando-a ou encaminhando-a a quem responsável.



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