sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Budismo

"Não se apresse em acreditar em nada, mesmo se estiver escrito nas escrituras sagradas. Não se apresse em acreditar em nada só porque um professor famoso disse. Não acredite em nada apenas porque a maioria concordou que é a verdade. Não acredite em mim. Você deveria testar qualquer coisa que as pessoas dizem através de sua própria experiência antes de aceitar ou rejeitar algo."

(Siddartha Gautama, o Buddha, Kalama Sutra 17:49)

Quando comecei a ganhar algum discernimento espiritual, pouquíssimo diga-se, porque o meu caminho ainda é longo, haviam determinadas coisas que me haviam sido ditas que não conseguia compreender. Acreditava no que tinha sido ensinada a acreditar. E posso dizer sem remorsos ou vergonha que acreditei com taaaanta força...
Não sei como começou a mudança, não sei ao certo quando deixei de ouvir o que me repetiam para passar a ver as coisas com o coração, mas algo aconteceu. Talvez tenha racionalizado o Deus que me queriam impor, e tenho a certeza que passei muito tempo a pensar sobre o assunto. Comecei a ler livros sobre outras visões e iniciei uma caminhada diferente. Fui a algumas sessões de Meditação (Zazen) e um dia, num conversa, um amigo budista que já faz zazen há muito tempo disse-me "oh, estas no ponto sem retorno...a solução é continuar a caminhar." E eu assim fiz. Continuei a ler, a confrontar a minha inteligência.
Todos aqueles medos que me impediam de admitir que não concordava com a maioria dos mistérios do Cristianismo foram desfeitos. Neste contexto, acho que a frase de Buddha se adequa perfeitamente ao que penso que se vive por esse mundo fora: fomos habituados a acreditar em determinadas coisas sem as questionarmos e sem conhecermos o seu autor. Quem conta e reconta um conto, acrescenta sempre um ponto, já se diz há muito e a pessoa que dizem ter criado o Cristianismo, afinal era um dos mais rigorosos Judeus. De onde nasceu o Cristianismo então? 
Percebi que a imagem que criaram de Deus não é a imagem que vejo e hoje.

Aliado a isto começou a aumentar o conhecimento sobre um filosofia de vida tão simples e tão peculiar que me apaixonou e me respondeu a todas as dúvidas.  Hoje, sem qualquer dúvida, posso dizer que me converti ao budismo zen.
E porque isto é um blog de uma pessoa em tudo igual às demais, muito antes de ser estudante de medicina, não pude deixar de escrever o que sentia, fora de um contexto escolar. Perdoem-me se firo susceptibilidades, mas não é esse o objectivo. Como diz Dalai Lama, é importante respeitar todas as religiões porque no fundo todas buscam o mesmo - a felicidade.


4 comentários:

  1. Eu sou uma admiradora das filosofias orientais. Não sou budista. Sou cristã e Espírita. Mas admiro toda forma de expressão de crenças e opiniões. Acredito que tenha feito uma otima escolha, estas agora em um caminho lindo... Acho que quando escolhemos uma filosofia espiritualista, é meio que um caminho sem volta, entende? A gente nunca mais é a mesma pessoa, vai se tornando uma pessoa melhor a cada dia.
    Namastê.

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  2. Olá, estava a ler-te e parecia que ouvia a minha nina após ter tido as primeiras aulas de filosofia o ano passado (10º).
    Cada caminho tem muitas entradas e saídas e nem sempre o mais óbvio é aquele que entendemos como nosso.
    Tu vives já intensamente, parece-me, as ceretzas que já foste encontrando, outras virão com o tempo.
    Ela vive ainda a angústia da dúvida, pois o seu caminho só agora é consciente do que sabe, do que pode avlidar e sobretudo do que ela poderá realmente querer viver.
    Não peças perdão pelo que acreditas pois dessa fé nasce a tua felicidade.
    Agradeço a partilha.
    Fica bem,
    Flora

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  3. Olá, que livros leste e que aconselhas? obrigada beijinho

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    1. Ola!!! (num proxima deixem um nome... =p )

      Eu li "dalai lama um guia para a vida" e adorei mesmo... Acho que todos deveriam ler este livro.
      Depois li "dalai lama e o sucesso profissional" ou algo assim, e li outro de outro autor que nao me lembro mesmo...
      Desculpa a demora na resposta. Ve em "os meus livros" do meu blog o nome do outro.

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