Como Funcionam as Orais?

Alguém me perguntou à pouco tempo como funcionam as orais, por isso cá fica um post sobre isso. Espero que me perdoem o tempo que estou sem escrever... A época de "pré-exames" (período onde estamos a ser avaliados à componente prática, mas ainda temos aulas e damos teórica; o pior período para mim) começa oficialmente amanhã, com a primeira oral do semestre, por isso até vem em conta o tema.

As orais dependem muito da cadeira e do professor em questão.
Vou dar-vos alguns exemplos.

As orais de anatomia, no 1º e 2º anos: tem um (dois ou tres) professores sentados numa mesa num anfiteatro. Um aluno na primeira fila a responder e temos atrás quem quiser assistir. É um oral "aberta", mas quem vai assistir não pode fazer nenhum barulho. O professor faz perguntas do tipo "fale-se de...(ex. artéria basilar)" e tu vais falando até não haver mais nada para dizer, até não sabermos mais nada, ou até ele nos interromper. Dura cerca de 20 minutos em média. No final ele diz "PASSOU" ou "VOLTE DEPOIS".

As orais das cadeiras clínicas (Ex. Gastrenterologia, Cirurgia, Hematologia...): Tipicamente vamos fazer individualmente uma entrevista clínica. Depois vamos falar com o prof, a "sós". Ele manda fazer um resumo da história (onde avalia se te esqueceste de perguntar alguma coisa importante). Depois pede diagnósticos diferenciais (hipóteses de diagnóstico). Poderemos ter de defender cada um deles. Depois habitualmente vem a pergunta de exames complementares de diagnóstico que pediríamos e os resultados que esperávamos encontrar, tendo em conta o diagnóstico X, o mais provável... E finalmente o tratamento. Poderão perguntar teoria pura (o mais habitual por estes lados), poderão mudar de assunto a meio, poderão mandar fazer o exame físico ao doente...podem inventar o que quiserem basicamente, mas costuma ser dentro destes parâmetros.

A oral de amanhã: neurologia

Merece um tópico só para ela por 2 motivos: primeiro, é AMANHÃ DE MANHÃ! Segundo, é em todo o curso a única cadeira que não atribui uma nota quantitativa ao aluno (1-20). Apenas nos classifica como "apto" e "não apto". Obviamente quem for "não apto" não pode fazer o teórico...e regressa no ano seguinte...por isso não gosto nem de falar nisso.

Como é uma cadeira onde existe numa componente prática (o que também é mais ou menos raro), na medida em que temos de aprender todo o exame neurológico, amanhã vai ser assim: vou fazer uma história clínica e depois vou executar os movimentos/pesquisar sinais, etc que a prof mandar, ou o que eu achar que melhor responde às minhas hipóteses de diagnóstico. De certeza que exame de força muscular, tónus e reflexos terei de testar...tudo o resto são extras. No final espero ouvir o "apto"...