domingo, 9 de janeiro de 2011

Crise

Ontem, em mais um momento de reflexão na companhia do Padre dos HUC, foi abordado o tema "crise". Não aquela crise financeira de que todos falam, mas num sentido mais lato, uma vez que cada um de nós passa por esses "momentos difíceis", e aquilo que para mim é um deles, pode não o ser para o vizinho do lado.

Então ele iniciou-se dizendo que "crise" provém da palavra grega "krisis" que significa em português "distinção", "decisão", "sentença", "juízo", "separação".

Depois citou um texto "A crise segundo Einstein":

Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo.
A crise é a melhor benção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura. É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias. Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar “superado”.
Quem atribue à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e respeita mais aos problemas do que às soluções.
A verdadeira crise, é a crise da incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de encontrar as saídas e soluções fáceis.
Sem crise não há desafios, sem desafios, a vida é uma rotina, uma lenta agonia.
Sem crise não há mérito. É na crise que se aflora o melhor de cada um.
Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é exaltar o conformismo.Em vez disso, trabalhemos duro. Acabemos de uma vez com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la”

Pensando em tudo o que ouvir, deduzi que a minha crise se chama habitualmente de "época de exames". Não consigo focar-me, distraio-me com sonhos e lamentações sobre a média, sobre as notas que os outros conseguem tirar, sobre querer ver filmes e fazer outras coisas que não estudar. E isso repete-se a cada época, como que tradição. E depois choro quando os resultados saem, injustiçada, porque passei dias a estudar.
Não, na verdade eu passava horas em frente aos livros, mas com a cabeça noutros lugares. Não assimilava matéria porque também não a estudava profundamente, não a compreendia, muitas vezes. Depois, na época de recurso, lá ia eu subir a quase todas as notas e de facto obtinha resultados melhores, com o mesmo "método" de pouca concentração; a diferença estava no somente no número de vezes que lia as coisas que, ao aumentar, alguma coisa mais aprendia.

Crise é mudar. Mudei.
Ontem cheguei a casa e cheia de vontade e alegria fui estudar. E concentrei-me no que estava a ler; resisti à tentação de me perder na televisão - nem sequer a liguei. No final da noite senti que aquele bocado tinha rendido mais que todo o dia junto e ficou claro algo que teoricamente já sabia, mas que na prática não compreendia - mais vale 3 horas de estudo profunfo, do que 3 dias de estudo superficial.
Decidi que mais que lamentar a média, é preciso lutar para que ela suba! E o pensamento "já nunca mais irá subir...não vale a pena" deixou de ter espaço na minha cabeça - vou fazer melhoria a Fisiologia I! Pedi ajuda a pessoas do 2º ano, que têm a matéria mais fresquinha e próxima quarta feira começo a preparar esse exame. 
Inevitavelmente, terei de deixar 3 exames para a fase de recurso, mas ter "medo de fazer escolhas erradas" é pior que não as fazer. Se não der certo, alguma coisa aprenderei com isso; se nunca as tomar, nunca saberei como teria corrido.
Além disso, alguém dizia "Já reparou? Se tirarmos à palavra CRISE o S, fica CRIE". Para mudar é necessário adoptar novas formas de vida, de estratégias... 

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