domingo, 1 de dezembro de 2013

Mestre!

Ontem alguém me dizia "então? esse amanhã conto como foi nunca mais chega..." e eu ri-me bastante ao ler o comentário. Pensei "realmente, que falta a minha!" Por isso hoje, das primeiras coisas que estou a fazer, é tentar remediar essa situação!

Acho que não escrevi antes porque isso implicava parar para pensar em todo este percurso percorrido, em todas as pessoas que conheci e chamei de "amigos", em todas as dificuldades ultrapassadas...Além disso, as coisas correram tão bem que nem sei como vou explicar como foi o dia, sem parecer uma presunçosa. =/

Depois de ter apresentado o meu powerpoint em voz baixa, média e alta, aos soluções e depois sem interrupções cinquenta vezes, e de ter treinado possíveis respostas mil e uma vezes, o despertador tocou para aquela manhã tão esperada. Lá vesti a roupa nova que tinha arranjado: metade no shopping, metade no guarda fatos da  minha irmã.Quando cheguei aos auditórios do hospital, onde teria lugar a defesa, o átrio estava invadido de propaganda cirúrgica e estava a decorrer um congresso nos auditórios vizinhos. Senti-me grata por aquele barulho de fundo, que quase não me deixava ouvir os meus próprios pensamentos de aflição. Apareceu uma amiga minha para me dar um abraço e dizer aquelas palavras que todos gostamos de ouvir, mas ninguém acredita: "vai correr tudo bem!". Depois apareceu o arguente do jurado, já perto das 9h. Por fim, o meu namorado e depois a minha amiga e colega de quarto - as únicas duas pessoas que se disponibilizaram a ir assistir à defesa e que eu permiti. Às 9h em ponto os restantes jurados e assim que o auditório ficou livre, disseram "vamos indo" e eu percebi que era mesmo agora.
A presidente do júri começou por apresentar as regras do jogo: eu teria 15 minutos para fazer uma apresentação sobre a minha tese, depois o arguente iria comentar o que achasse pertinente e faria uma lista de perguntas. Eu teria depois o mesmo tempo que ele teria demorado para responder às questões, sem necessidade de o fazer pela ordem que ele as colocou. Depois os restantes jurados fariam as suas apreciações criticas. Após a explicação, disse: "quando quiser, pode começar".
A apresentação correu muito bem. Não me esqueci de referir nada do que queria, falei com calma e voz bem projectada. Cometi o erro de olhar para a minha pequena assistência no final, e tive de controlar as lágrimas nos olhos quando os vi sorrirem felizes.
O Prof. elogiou imenso o trabalho, a forma como foi desenvolvido, fez a tal lista de perguntas. Eu estive sentada em frente a ele a responder. Nunca numa "oral" estive tão tranquila, tão assertiva.
Os restantes jurados também só elogiaram o trabalho. No final decidiram "por unanimidade" a minha nota.

Recebi imensos telefonemas e abraços e beijinhos e tudo a que se tem direito quando se defende uma tese de mestrado com sucesso. Tive inclusive o restante dia de folga, vejam lá! Fui ao cinema ver "dá tempo ao tempo" e andei a passear pela baixa de Coimbra, e assim se passou o dia que gravei num cantinho especial da memória.

Depois ficou a sensação: "de hoje a um ano, faço o meu exame de especialidade", que não me assusta, mas que guardo para os momentos de preguiça.

5 comentários:

  1. Muitos Parabéns! Fico contente por tudo ter corrido bem. Felicidades :)

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  2. Muitos parabéns!!
    Já agora, podemos saber a nota? :p

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  3. Sensação igual por aqui, Ju!
    Há séculos que não vinha ao teu blog, e folgo que esteja tudo a correr bem :)
    Agora é voltar a pegar no Harrison (com tese e congressos pelo meio, o estudo foi sendo alternado...).
    Beijinhos

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  4. Muitos parabéns :)!!

    Um beijinho,
    Catarina

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