Pois é, dá que pensar e assusta um pouco já estar no 4º ano de medicina... Ainda ontem cá entrei e via as pessoas do 4º e 5º como uns deuses da sabedoria e agora estou eu a 2 meses de entrar para essa "fatia de pessoas". E agora entendo as pessoas que dizem que não sabem muito, apesar de tantos anos a estudar... São tantas, tantas, tantas patologias, imensas especialidades, montes de cadeiras para encher e dar trabalho e é-nos exigido tanto e cada vez mais...
Já foram sorteados os horários para o próximo ano; gosto disso, fico logo tudo arrumado. Dá para preparar psicologicamente para algo em concreto e não para eventualidades... Fiquei com o chamado "segundo bloco", que supostamente tem as cadeiras mais "fáceis" no 1º semestre e as mais trabalhosas no 2º. Ao contrário da maioria das pessoas, eu prefiro assim.
É verdade que este ano soube muito bem arrumar logo a Imagiologia no 1º semestre, tendo este ficado mais sobrecarregado, mas também é verdade que o meu rendimento melhora bastante no 2º semestre... As férias de Natal são óptimas para estudar, temos imenso tempo, mas eu costumo perder-me. Como estou sozinha em casa, não tenho com quem discutir a matéria e crio uma falsa ideia de que estou bem preparada. Basta comparar as minhas notas dos dois semestres em todos os anos para perceber...
Então aquela difícil transição entre o 3º e o 4º ano de que falava estes dias começou a fazer sentido quando tomei consciência do número de cadeiras que iria ter...
Passo de um 2º semestre do 3º ano com:
- Anatomia Patológica
- Farmacologia (feita por frequências + avaliação contínua)
- Propedêutica
- Neurociências (a opcional que escolhi) (feita por frequências + avaliação contínua)
Para um 1º semestre com as seguintes cadeiras:
- Psiquiatria
- Epidemiologia I
- Medicina Legal
- Terapêutica I
- Medicina Intensiva (opcional que pretendo escolher)
- Patologia Médica I (Gastroenterologia + Dermatologia)
- Patologia Cirúrgica I (Cirurgia Digestiva + Otorrinolaringologia)
- As patologias médica e cirúrgica funcionam de forma a complicar a vida aos estudantes. A exemplo disso vou explicar a Médica, mas funcionam ambas assim: A patologia médica é só uma cadeira, com duas cadeiras lá dentro. Temos práticas e teóricas separadamente. No dia do exame final o que acontece é que temos X tempo para fazer o teste de Gastroenterologia, depois temos um intervalo de poucos minutos e temos mais Z tempo para fazer o exame de Dermatologia. E então numa tarde arrumamos 2 cadeiras, uma depois da outra. A nota final é dada pela média das duas, ou seja, se tirarmos 14 a Gastro e 16 a Dermato ficamos com 15 a patologia Médica e é só essa a nota que aparece.
- Ora como em todas estas patologias se faz uma oral, para avaliar a componente prática, com azar temos oral e teste no mesmo dia, fazendo 4 avaliações numa só tarde... E depois ainda dizem coisas tipo "têm de se habituar a este nível de exigência... todos os dias serão postos à prova pelos vossos doentes..." ou "40 segundos dá perfeitamente para responder a uma pergunta [perguntas de meio quilómetro e com 5 opções de diagnóstico]... nas urgências em 40 segundos pode salvar-se um doente"... E nestes momentos penso: "yahh... Não sabias mesmo no que te estavas a meter quando colocaste "Medicina" na primeira opção de candidatura ao ensino superior..."
- Neurologia
- Epidemiologia II
- Terapêutica II
- Ética Deontológica
- Opcional (ainda não sei bem, talvez Genética Clínica ou Geriatria)
- Patologia Médica II (Hematologia + Endocriologia)
- Patologia Cirúrgica II (Cirurgia Digestiva + Oftalmologia)
Uau, que complicação!
ResponderEliminarJá estou me preparando psicologicamente para tudo isto! Haha